Sinopse

O espetáculo teatral, Kaza, trata de pessoas em situações extremas. Pessoas como eu ou você, com suas vidas ditas normais e que subitamente perdem tudo o que têm, tudo o que construíram. Kaza retrata o drama dos refugiados que querem, acima de tudo, um lugar para viver. É sobre ter que partir, sobre perda e em como sobreviver a isso. Perder a família, um filho, a terra, a cultura. Ser obrigado a deixar seu país, sua cidade, a língua natal, o emprego, a casa. Sua história, seu passado e tudo o que nos representa. Os planos para o futuro, o sonho e a esperança. Perder o chão, perder o norte. Sobre morrer e renascer. Ou morrer em vida.

Também sobre incomunicabilidade, sobre como expressar a dor. E finalmente, como tudo isso transforma seres humanos em invisíveis, marginais, estrangeiros. Esse pequeno conjunto de fatores incontroláveis que torna o humano não humano.

E o que sobra, quando perdemos tudo que amamos? Quem somos, sem aquilo que amamos? Isso é uma questão. Pode-se falar em superação, em reconstrução, transformação ou em transcendência. Em perspectiva. Ou em um nada perene. Não temos essa resposta.

E finalmente, pensamos que esse espetáculo seja para todos as pessoas que vivem esse momento, 2018, esse preciso momento histórico. Quem nunca teve uma experiência de solidão, de dor ou violência? Ser parte de alguma coisa e ser excluído, ser ouvido, ou não, perder o que se ama, lutar pelo que se quer, viver e morrer. Como dizer o que sentimos? Como ser o que somos? Onde estão as diferenças? Somos semelhantes? Onde começa ou termina a fronteira, o território? São as reflexões de hoje e de sempre.

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